Hoje quero-vos falar as farinhas. São muitas e cada vez vão surgindo mais e mais na nossa alimentação diária.
Vamos por partes!
O que é a farinha?
É nem mais nem menos que um pó desidratado rico em amido (hidratos de carbono), utilizado na alimentação. É geralmente obtido através de cereais moidos (trigo ou outras partes rica em amido, como a raiz da mandioca). Quando falamos em farinha integral, se na sua elaboração, o grão inteiro for moido (parte interna- endosperma, cascas-farelo, e o germen). Demomina-se refinada caso sejam retiradas as cascas dos grãos.
Podem existes frinhas de diferentes cereais. A mais habitual é a farinha de trigo, elemento imprescindivel para a elaboração de pães, massas e bolos. Ainda assim, podem existir 2 especies de trigo. O trigo duro (usado no fabrico de massas, cujo produto de moagem é a sêmola) e o trigo mole (usado em padaria e pastelaria, cujo produto de moagem é a farinha). Os tipos das farinhas variam conforme a refinação de cada uma.
- FARINHA T45 (flor): é a mais refinada e branca, sendo adequada para a confeção de massas muito leves e fofas, como o fritos, pão de ló ou tortas.
- FARINHA T55 (superfina): é adequada para a confeção de bolos, tartes e pasteis, podendo também ser utilizada na confeção de massas levedas, é o tipo de farinha mais comum, boa para praticamente tudo.
- FARINHA T45 A T55 (para fritos): é a combinação de farinha refinada com sêmola dura, cria uma farinha que tanto é fofa como fica bem estaladiça, perfeita para criar fritos.
- FARINHA T65 (fina): é a mais adequada para a confeção do pão, embora também possa ser utilizada na confeção de bolos, tartes, pastéis, bolachas, empadas e massas levedas, especialmente quando queres algo um pouco mais rústico.
- FARINHA T80 A T110 (semi-integral): é utilizada na panificação, na confeção de pães semi-integrais, basicamente é uma farinha com uma percentagem já razoável de casca.
- FARINHA T150 (integral): é utilizada na panificação, na confeção de pães integrais, no entanto como apresenta uma moagem mais grossa que as outras farinhas, o resultado é um pão mais denso e pesado, daí que muitas vezes é misturado com farinha T65 para criar um pão mais leve mas ainda integral.
- FARINHA DE AVEIA: é excelente opção para ser usada em preparações integrais pelo alto teor de fibras, que auxiliam no controle do açúcar no sangue e bom funcionamento do intestino. Contém vitaminas do complexo B, que atuam no processo de energia, e silício, que age na saúde da pele. Pode conter traços de glúten, pois normalmente é processada nos mesmos equipamentos da farinha de trigo. Pode ser usada como uma farinha comum para bolos, pães, muitas vezes é usada como aditivo para diminuir farinha de trigo ou tornar algum prato um pouco mais saudável.
- FARINHA DE CENTEIO: Bem conhecida por seu uso nos pães, a farinha de centeio traz vantagens para a digestão. Bem famosa em receitas integrais. Pode conter gluten.
- FARINHA DE ARROZ: Bom para todo o género de fritos como também para pães especialmente se forem cozidos. Sem gluten. A farinha de arroz é amplamente utilizada na culinária para quem tem intolerância ao glúten, pois é uma excelente substituta para a farinha branca e seus derivados. Pode aparecer também na versão integral, tão boa quanto a branca, já que ambas apresentam índice glicêmico bem baixo.
- FARINHA DE MILHO: Boa para criar todo o género de biscoitos e pães, como também muito usada como alternativa a farinha comum ou pão ralado como cobertura para frituras (por exemplo no choco frito). Existe também o milho branco que tende a ser colhido mais novo, logo este tem mais açúcar e menos amido que o amarelo, isto é podem ter os mesmos usos mas vão ter aparência e sabor diferente. Sem gluten.
- FARINHA ALFARROBA: Usado em alguns tipos de pães normalmente misturada com farinha de trigo, dá uma cor escura e um sabor característico. Apresenta pouco teor de gordura e sem açucares adicionados. É uma boa fonte de fibra, cálcio, potássio, vitamina B2, ferro e vitamina B6. Sem gluten.
- FARINHA DE SOJA: farinha criada a partir da soja, pode ser usada para criar leite de soja, mas também é um bom aditivo em substituição da farinha de trigo, para pães, bolos, etc. Tem muitas proteinas que ajudam no transporte de vitaminas pelo organismo, combate a anemia e fraqueza. Pode ajudar no combate ao cancro da mama e do colesterol alto. Como também possui zinco, permite melhorar o sistema imunitário. A recomendação é 2 colheres de sopa, duas vezes por dia. Pode misturar a farinha em sumos, vitaminas, chás, sopas, panquecas...
- FARINHA DE TRIGO ESPELTA: mais saudável e bom para pães, é uma variedade diferente do trigo comum. Esta frinha tem um sabor ligeiramente doce semelhante à noz. Pode ser utilizada em alternativa às farinhas comuns e pode ser combinadas com outras farinhas em diversas receitas de pão e pastelaria. Esta farinha tem um indice glicémico médio. Assim não se eleva tão rapidamente os niveis de açúcar no sangue após o seu consumo, permitindo uma manutenção mais constante da glicemia durante o tempo. É rica em fibras e proteinas.
- FARINHA DE TRIGO SARRACENO: Ligeiramente mais saudável que o trigo comum. O sabor é mais simples, é tradicionalmente usado para papas, para fazer massa de crepes ou fazer soba (uma massa tradicional japonesa). O trigo sarraceno, também chamado de trigo-mourisco, na realidade não é um cereal mas os seus grãos assemelham-se na perfeição. Apresenta mais aminoácidos do que o arroz ou milho. É rico em ferro, manganês, cobre, zinco e magnésio. Sem gluten.
- FARINHA DE GRÃO DE BICO: É a farinha criada fazendo em pó grão de bico, muito utilizada nas culinárias mundiais. Sem gluten.
- FARINHA DE AMENDOA: É a farinha criada por triturar amêndoas sem casca, utilizada para fazer doces com massapão ou como aditivo a bolos. Contém vitamina E, proteínas e gorduras saudáveis. Fica ótima como substituta para empanar frango, peixe, fazer almôndegas, bolos e até pode substituir a farinha branca de panquecas e biscoitos, em ¼ da quantidade. É preciso guardar no frigorifico para não oxidar.
- FARINHA DE COCO: A mistura curiosa de fibras com gordura, da própria fruta, torna a farinha de coco um ingrediente interessante nas receitas de bolos. Não contém glúten e apresenta muito mais fibras do que a versão em óleo de coco. Pode ser misturada com a farinha de arroz, que dá a consistência da massa.
- FARINHA DE LINHAÇA: A farinha de linhaça possui lignanas, compostos benéficos que atuam no controle da TPM (tensão pré-menstrual), além de ser rica em fibras, vitaminas e minerais. Massas de bolos, tortas e empanados podem ser incrementadas com a farinha, além de ficar ótima com frutas e saladas. Essa farinha é sensível e fácil de se oxidar.
- FARINHA DE CHIA: Rica em proteínas de fácil digestão e fibras, a farinha de chia aumenta a sensação de saciedade. A farinha de chia é rica em nutrientes de ação antioxidante, proteínas e bastante fibras, sendo ótimas para preparar pães, bolos, tortas e incluir nas saladas, iogurtes e vitaminas, garantindo uma boa dose de energia para o dia.
- FARINHA DE MACARUJA:As farinhas de frutas, como a de maracujá, contam com mais vitaminas e minerais por serem feitas com a fruta inteira, da casca à semente. Para quem não tem sempre uma porção diária de frutas disponível, utilizar a farinha é uma ótima maneira de balancear a dieta. Essa farinha é conhecida por equilibrar os níveis de glicose no sangue.
- FARINHA DE QUINOA: Rica em proteínas vegetais, a farinha de quinoa é ótima opção para ser acrescentada a preparações, como bolos, pães e massas. Possui vitaminas do complexo B, que agem no fornecimento de energia e disposição ao organismo. Sem gluten.
- FARINHA DE SEMENTES DE UVA: A farinha de uva é rica em fibras solúveis, o consumo regular, com água, ajuda a regular o intestino. Também tem efeitos importantes sobre a saciedade. Pode ser usada no preparo de bolo, vitaminas, sucos, iogurte e até em pratos salgados.
- FARINHA DE AMARANTO:É uma farinha mais escura, o tipo é indicado para bolos de chocolate, cookies ou pães escuros. Assim como o grão, a farinha é rica em proteínas, fibras e altamente indicada para gestantes. Isenta de glúten.
- FARINHA TEFF: Teff é um grão de cereal semelhante milho-miúdo. Possui um sabor característico a frutos secos e é um excelente recurso para produtos de panificação sem glúten ou para assados no forno. Como tem cerca de 20 a 40 por cento de amido resistente, ou seja, é uma mais-valia para os intestinos, funcionando como um prébiótico (fibras). Se o utilizar para substituir a farinha em bolos e panquecas, use cerca de um quarto da dose, pela densidade do grãoe acrescente com outra.
- FARINHA DE MILLET: É uma alternativa mais saudável às farinhas tradicionais e pode ser usada nas mais variadas receitas - bolos, sobremesas, doces, papas, pão.
- FARINHA DE CASTANHA: É elaborada a partir da Castanha-do-Pará, proveniente do Brasil. Utilizada na confeção de sobremesas, doces e bolos, ou até para potenciar o sabor de vários cremes e sopas. No entanto também o Pão é um dos alimentos que beneficia da sua particularidade. Quando usado na confeção de determinados pratos, (ex: açordas, migas, etc) dá-lhes um sabor único, tornando-os mais ricos. Pode ser consumida pura ou misturada com farinha de trigo em proporção de 1/3.
Sejam felizes!
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